martes, 22 de junio de 2010

Os animais e os homens

E colocou Adao nome a toda bestia e aves dos ceus e a todo animal do campo, mas para Adao não se encontrou ajuda idônea para ele (“...) e da costela que Jeová Deus pegou do homem, fez uma mulher e a trouxe ao homem” (Gn.2.20-22)

Faz um par de anos tenho notado um fato singular em nossa sociedade: a presencia significativa de animais no dia-a-dia das pessoas. Claro que eles sempre tem estado presente, pois fazem parte de natureza, e antes que a tecnologia nos cativasse e invadisse, eles nos ajudavam a nos transportar em carroças, cachorros para defender a casa, gatos para comer ratos, etc.

Agora vemos que aos animais, principalmente os domésticos, tem sido outorgado um status singular dentro da família, e por conseguinte, dentro da sociedade.

Primeiramente começou com o alimento para animais. Lembro que quando era criança nosso gato comia da comida que sobrava do dia. Comia pão seco ou, como grande banquete, molhado com leite. Animais dentro de casa era uma coisa de outro mundo! , ¡alimento para gatos nem pensar!, era algo alheio a nossa sociedade, mas aos poucos não somente o alimento para animais se impus, senão também as camas, a roupa, a medicina, a esterilização (isso parece-me bom) entre outras coisas. As pessoas a cada dia dão mais importância aos animais domésticos: cachorros e gatos passaram a ser um integrante mais da família. Quando chegamos a este ponto é que comecei me preocupar.

Tenho notado que os animais tem a mesma importância que as pessoas!. Não pretendo ser uma cruel com os animais, nem quero que Green Peace nem a Sociedade Protetora de Animais me crucifique, mas enquanto mais atenção damos aos animais, menos importância atribuímos aos seres humanos.

Por que digo isto? Porque na medida que as pessoas se aproximam dos animais, se distanciam das pessoas que a rodeiam. Parece que quem possui um animal de estimação espera ter um relacionamento com eles, e pensam que é uma questão recíproca; procuram no animal o que deveriam buscar no ser humano!. Isso é o que me parece terrível!.

O antigo ditado “Quanto mais conheço os homens mais admiro os cães” parece-me a mais clara e evidente sinal que o que digo é verdadeiro. Como é possível que substituamos pessoas por animais? Isso demonstra mais uma vez que o egoísmo e individualismo no qual as pessoas se aventuram. Aventura infeliz, devo dizê-lo.

Digo que é uma atitude egoísta buscar num animal um relacionamento que só é possível com pessoas pelo seguinte: um animal nunca vai te contradizer, nunca vai argumentar na tua contra, nunca mentir-te-á nem trairá; nunca deixará de te ouvir. Isso é o mais distante que pode existir de um relacionamento!, parece que o desejo de vivir, experimentar a existência, está sendo abandonado gradativamente. Ninguém quer sofrer pelas vicissitudes do amor, ninguém quer crescer com os similares, senão com pseudo papagaios que os comprazam e finjam um amor incondicional.

Preocupa-me que grupos de proteção de animais cresçam na mesma proporção em que os skinheads ou que os vagabundos que morrem nas ruas. Preocupa-me que animais recebam atenção medica, enquanto pessoas esperam anos para receber transplantes de órgãos (o Chile tem a taxa mais baixa de doadores de America Latina) de quê sensibilidade estamos falando? É apenas uma falsa bondade, uma sensibilidade disfarçada de egoísmo e abstração.

Preocupa-me que os cachorros ataquem seus donos ou vizinhos e os matem e nada aconteça!. Um assassinato por um cachorro é mais impune que um assassinato de uma pessoa a outra! Em que sociedade estamos vivendo?.

Por minha parte, prefiro continuar minhas conversações com humanos, que com seus erros e acertos ajudam-me a crescer. Porque seu silencio nao é uma coisa natural a eles, senão que acontece porque me estão ouvindo, doando seu tempo, preocupação e amizade.

Porque a vida está feita de amores e desamores, porque em suas imperfeições revela-se o divino, nossa carência dos outros mortais racionais; similares a nós, e ao mesmo tempo tão diferentes.

Eu não tenho mascote, mas sim tenho amigos amados.

3 comentarios:

Ministério dijo...

Olá blogueiro,
É muito importante incentivar a doação de órgãos e conscientizar as pessoas sobre a importância deste gesto de solidariedade.
Para ser doador de órgãos não é preciso deixar nada por escrito. O passo principal é avisar a sua família sobre sua vontade. No entanto, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte.

Para mais informações: comunicacao@saude.gov.br
Ministério da Saúde

Heitor Alves dijo...

Olá Daniela.

O Blog dos Eleitos indicou seu blog como um dos melhores blogs cristãos calvinistas. Abraços.

________________________
Heitor Alves
www.eleitosdedeus.org - Site de Teologia Reformada e Calvinista

Ezedequias Ventura dijo...

Doação de órgãos! Uma questão ética e moral extremamente séria. Entretanto, no Brasil onde se faz pelos poderosos (ricos) é difícil crer na justiça social e ser um doador. Sou plenamente favorável ao salvamento de vidas por órgãos de alguém que partiu. Quanto aos animais eu gosto muito do meu cãozinho! Faz muito bem ter um, desde que o relacionamento humano tenha a primazia. Parabéns por seu escrito! Bem como pela indicação de "melhores blogs calvinistas"! Isto é prova que os sete mil existem! Soli Deo GLoria! Ezedequias