viernes, 11 de septiembre de 2009

Copo com agua de meia noite




Já são meia noite e 35 minutos de uma cálida sexta feira. Nada de espectacular em redor. Meu já amigo computador no meu colo, uma bossa nova de João Gilberto e esta sensação de não querer fechar os olhos para esperar o amanhã, que na realidade não é “o amanhã” senão apenas o hoje suspenso em um parêntesis de madrugada.
Faz dez dias que fiz 26 anos, as veredas se estreitam cada vez que caminho, os valores mudam, novas janelas são abertas, e nossos velhos conceitos são reemplazados e esquecidos. Minha caligrafia desaparece nos avanços da teconologia, torno-me hábil com as mãos para presionar letras que não são as minhas.
Em uma noite de sexta feira apenas aparecem as lembranças em uma mente que tem olhos ao borde de fechar-se, pesados e cansados do dia-a-dia, porém abertos pela esperança; nunca sabemos o que pode acontecer, a madrugada pode nos trazer alguma coisa boa, uma surpresa matutina do hoje que é o amanhã.
O que poderia lembrar nesta noite? As veredas que meus pés de adolescente percorreram no frio país de fim de mundo, no estreito da America Latina, onde o sol se oculta às 20h e a água tem textura de glaciais. As tardes perante o ocaso do sol chileno, o voo das gaivotas no frio do ar, as ondas tentando tocar nossos pés em uma tentativa de liberdade, de sair do limite natural.
Quando é meia noite queremos escrever, mas as ideias fogem...os olhos se fecham e pensam em imagens e ao som de “você vai ver, você vai implorar e chorar”, lembro dos velhos amores. Amores relevantes, outros insignificantes, doces e amargos, indiferentes e relevantes. Alguem me ama,mas não me ama o suficiente. O amor perde sua força quando é pesado na balança, ou talves apenas revela-se sua natureza. Mas não tem culpo, como poderia faze-lo?.
O futuro se abre perante meus pequenos e verdes olhos latinos, e vejo que o poeta é um ser que se submerge em um copo com agua e pensa que é o mar. Miserável de nós que exageramos nosso existir e dramatizamos romanticamente cada emoção. O poeta não vive em um copo com agua, existe um mar, e é necessário conhece-lo.
Agora posso dormir e sonhar com o mar, a minha querida beira de mar da qual sinto tanta falta. As ruas do fim do mundo possuem poesia, suas arvores produzem frutos liricos e perfumados. Vou para o Pacifico, deixaré meu tropical copo com agua.

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