sábado, 15 de agosto de 2009

Apenas uma voz no deserto



Ser humano é complicado. Nossa natureza está cheia de ‘humanidades’ que são incompatíveis com a natureza regenerada dos filhos de Deus. Lembro da pregação de um jovem e velho amigo falando a respeito da ‘etica’ da igreja satánica. O que eles enfatizam aos seus feligreses é explorar ao máximo todos os desejos da alma sem reprimir nenhum deles, pois o se humano é mau por natureza, portanto não deverá se esforçar nem reprimir seus desejos de fama, dinheiro, promiscuidade e egoísmo.
O ser humano é assim, cheio de ‘humanidades’. Mas nós somos nova criatura, nossa praxis deve proclamar isso a cada día. Nossos valores são totalmente voltados à legislação divina e todo nosso ser aponta ou deveria apontar para o Cristo morto e ressurreto que é o guia da Igreja.
Quando olhamos para a Biblia, nenhum nascido de mulher exemplifica melhor isto que o profeta João Batista, o último dos profetas. Foi o último dos profetas porque foi o que pronunciou e anunciou a última palavra de Deus para o mundo, a saber, Cristo. Da mesma forma, o último dos profetas é profetizado por Isaías 300 anos atrás, enfatizando assim a grandiosidade da palavra e mensagem de Deus concretizado em Cristo. O último dos profetas nem sem sequer é anunciado como uma pessoa, ele é apenas ‘uma voz’, que parece carecer totalmente de identidade. Não importa se seja João ou José ou Pedro, o que importa é que há uma voz no meio do deserto. Esta voz é ouvida em todo lugar, ainda no mais desolado e desabitado. Interessante que nem a própria ‘divulgação do ministerio de Jesus’ foi nas grandes metropolis rodeado de prensa e com um marketing parafernálico, foi no deserto!, em um lugar desolado onde nem todos ouvem.
Engraçado que João tem uma missão notável de anunciar a vinda do Messias e preparar o caminho para que o povo o recebe-se, mas ele é apenas uma voz, o amigo do noivo, um ator que não leva crédito nenhum, apenas uma voz. O importante no ministério de João Batista não era sua pessoa, senão a sua mensagem. Sua mensagem apontava para Cristo e para o arrepedimento como pressuposto para seguí-lo. Ele fala de si mesmo como uma pessoa indigna de desatar as alparcas de Jesus, indigna de ser seu escravo, seu servo .
Impressiona-me e motiva-me a atitude de João Batista, o último dos profetas. Contudo, quando olho para os ‘profetas e bispos dos últimos tempos’, pouquissima semelhança encontro entre eles e o maior dos nascidos de mulher. Posso perceber que os profetas vigentes carecem de humildade e direcionamento. Em lugar de apontar para Cristo, apontam para eles mesmos, em lugar de se considerarem como indignos de ser servos do Messias, consideram aos demais como indignos de se assemelharem a ele e a seu ministerio ungido, particular e personalizado. Não são uma voz no deserto, senão uma pessoa no meio da multidão. Na multidão podem haver muitas pessoas, mas o barulho não deixa ouvir muitas coisas. No deserto há poucas pessoas, mas a proclamação é clara e audível.
Senhor, nos ajude a ser cada vez mais ouvidos, porém menos percebidos. Que nossa voz seja mais alta que nós mesmos. Que nossas atitudes apontem para teu Messias e não para nós mesmos. Que continuemos a pensar-ao igual que Jõao-que somos indignos de te servir e andar contigo. Que sejamos apenas uma voz, sem marketing, sem barulho, apenas uma voz que aponte para Cristo. Livra-nos de nós mesmos Senhor. Que Tú cresças e que nós diminuamos. Essa é nossa oração. Amém.

No hay comentarios: