viernes, 19 de junio de 2009

Geração never mind

Sou da geração dos 90’. Minha adolescência a começei no ano 1995, quando tinha 13 anos. Como admiradora da historia conhecia a luta ideológica dos hippies e sua proposta de paz de amor como solução à guerra de Vietnã. Também me enterei da proposta totalmente oposta do movimento punk, o qual se opunha a todo ordem estabelecido e autoridade, levantando a bandeira da anarquia e liberdade como sinal de guerra.
Estas consignas sociais e ideologicas me surpreendiam e faziam crescer em mim a natureza indagadora e crítica de adolescente e jovem atraves dos anos. Mas quando olhava para minha geração, o único que podia ver era a consigna do “tanto faz”. A bandeira do “never mind” que aprendimos com Nirvana dos anos 90’ e que passou de forma geral às gerações do mundo todo.
De pronto e senti que havia nascido na geração errada. Minha época era uma época passiva, onde não existiam horizontes, otimismo, perspetiva e opinião a respeito da realidade. O tipico “ não estou nem aí” era uma das frases mais usadas dos meus colegas. Havia um total desconhecimento da politica, sociedade e mundo. Mas como nunca podemos generalizar, existia no meu contexto pessoas que, ao igual que eu, não se conformavam com a geração que lhes tocou viver e que, embora tentassem reivindicar o passado, nada conseguiam. Nossa luta não era fisica, senão de pensamento. Criavamos o mundo e o voltavamos a derrubar com a força das nossas palavras. Esa era a nossa única arma de luta:as palavras.
Mas nossa geração, a geração do never mind é a grandes rasgos uma geração muda, passiva, que cruzou os braços perante a realidade. Não tem motivos de luta: as ditaduras haviam acabado, pelo menos em America Latina, a democracia começava a imperar nos países; já não havia motivo de lutar.
Depois de quase 20 anos, a geração never mind continua e são os adultos jovens da nossa sociedade. O direito a voto não interessa, os principios e valores são irrelevantes, a opinião é desnecessária, ainda nas coisas menores. Vivemos em democracia, mas parece que perdemos a capacidade de escolher, de fazer nossa voz audível. Talves sempre estivemos acostumados a que alguém decidisse por nós e agora que chegou a hora de tomar nossas próprias decisões, permanecemos na inércia.
Que Deus nos livre da geração never mind,e que a cada dia nosso senso critico, porém construtivo, possa crescer a cada dia. Quem critica critica alguma coisa com a finalidade de faze-la melhor, por isso o otimiso nunca pode estar longe de nós.
Que não precissemos uma guerra nem ditadura para fazer nossa voz audivel e nossas decisões patentes. Nosso mundo não é perfeito, portanto ninguém pode ficar na passividade.

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