viernes, 20 de enero de 2012

De predios e outras coisas.


O calor que há fora não é tão alto, mas, caramba! cómo o sol queima.
Andando pelas ruas amarelas, dispus-me a ir à Catedral para orar, pensar e expor minha alma ao Eterno. Tenho o costume de refugiar-me no templo católico, qual oasis no meio do deserto. Ele é fresco  numa cidade quente, é silencioso numa urbe barulhenta, convida á reflexão enquanto o comercio exacerba o supérfluo.
À medida que vou fazendo estas comparações, comprovo que é isso mesmo que a Igreja Invisivel (as maiúsculas são propositais) deve ser: um paradoxo total do mundo que a rodeia e da religiosidade em si. Um lugar acolhedor , abrigador; uma comunidade que protege, alberga, convida.
Porém, olho ao meu redor e cada individuo por separado me faz esquecer a Igreja e mostra-me a igreja. Comprovo uma vez mais, junto ao meu amigo Petit que o essencial é invisível aos olhos, que a Igreja somos nós; e que não é em Jerusalém ou Gerizim onde se produz a verdadeira adoração, pois ela vem do coração, totalmente imaterial, produzida por e em Cristo, a pedra angular. Mas a pedra angular é invisível.
Enquanto olho este grande templo de cimento, o jovem que está a minha frente beija seu rosário. O velho do costado esquerdo faz o sinal da cruz. A turista da outra esquina  (esquina na catedral cônica? rsrs) tira fotos, lá encima a intensidade do ventilador aumenta, e minha caneta já tem cumprido sua missão.
Minha alma aliviou-se, o trabalho tem sido feito, as preces já foram pronunciadas. Agora vem a pior parte de todas: esperar.

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