O calor
que há fora não é tão alto, mas, caramba! cómo o sol queima.
Andando
pelas ruas amarelas, dispus-me a ir à Catedral para orar, pensar e expor minha
alma ao Eterno. Tenho o costume de refugiar-me no templo católico, qual oasis no
meio do deserto. Ele é fresco numa
cidade quente, é silencioso numa urbe barulhenta, convida á reflexão enquanto o
comercio exacerba o supérfluo.
À medida
que vou fazendo estas comparações, comprovo que é isso mesmo que a Igreja
Invisivel (as maiúsculas são propositais) deve ser: um paradoxo total do mundo
que a rodeia e da religiosidade em si. Um lugar acolhedor , abrigador; uma
comunidade que protege, alberga, convida.
Porém, olho
ao meu redor e cada individuo por separado me faz esquecer a Igreja e mostra-me
a igreja. Comprovo uma vez mais, junto ao meu amigo Petit que o essencial é invisível
aos olhos, que a Igreja somos nós; e que não é em Jerusalém ou Gerizim onde se
produz a verdadeira adoração, pois ela vem do coração, totalmente imaterial,
produzida por e em Cristo, a pedra angular. Mas a pedra angular é invisível.
Enquanto olho
este grande templo de cimento, o jovem que está a minha frente beija seu rosário.
O velho do costado esquerdo faz o sinal da cruz. A turista da outra
esquina (esquina na catedral cônica? rsrs)
tira fotos, lá encima a intensidade do ventilador aumenta, e minha caneta já tem
cumprido sua missão.
Minha
alma aliviou-se, o trabalho tem sido feito, as preces já foram pronunciadas. Agora
vem a pior parte de todas: esperar.
No hay comentarios:
Publicar un comentario