jueves, 21 de abril de 2011

Apologia generacional (o tempora, o mores)

Acabei de assistir um episodio dos Simpson, como todos os días; mas este foi muito singular. Homer e Marge contaram aos seus filhos uma escura historia das suas vidas, onde Marge vai à Universidade e se apaixona por seu professor de historia, enquanto Homer trabalhava para pagar seus estudos. Tudo acontece na época dos 90’.

Quando Homer descobre que Marge tem um caso com o culto professor, submerge-se numa depressão rebelde e cria uma banda de grunge, parodiando a Nirvana (muito engraçada porque Lenny imita a Krist Novoselic, contrabaixista da banda). Tudo o episodio me trouxe gratas ( e nem tanto) lembranças da minha adolescência. Naquele tempo eu não era crista, ou pelo menos estava ‘desviada’, assim que pude viver com maior “facilidade” (por usar um termo) tuda a mudança generacional da minha época.

No principio dos 90’ o Chile já havia recuperado a democracia, assim que a geração anterior nos entregou o país livre e pronto; aberto para fazer e experimentar as mudanças da “liberdade”. A luta parecia não ser mais contra o sistema, contra a ditadura (tenho meus prol e contras acerca dela); senão que se tornava uma luta interna: éramos uma geração sem luta, sem muito senso social. Os punks e hippies de outrora já não existiam, e alguns relutantes ainda gritavam com voz disfonica.

Nossa luta não se dava na rua, mas na mente; era algo mais intelectual, existencialista; vivíamos a filosofia do “nevermind”, como também da angustia existencial sartreana; ao que depois se sumaria os sons desgarradores do brit pop de Radiohead. Tudo isto tentávamos afogá-lo com estímulos sólidos e líquidos; etéreos e musicais. Também tive uma banda de punk, onde cada nota era um grito desesperado de uma vida absurda, sem esperança e sem Deus.

A pesar de ter vivido nesta época em que a internet era algo novo ( o filme ‘Definitely, maybe’ o retrata muito bem) e os celulares grandes, adoro minha geração. Admiro os 70’ e 80’ por sua riqueza musical; mas me encanta ter vivido a adolescência nos 90’. Sempre solemos dizer que nossa época é a melhor; e sim, é, porque nela vivemos intensamente, e porque fizemos parte (e fazemos) da historia que nos tocou viver.

1 comentario:

Eduardo Medeiros dijo...

olá daniela, tudo bem?

muito bom esse teu relato; belas reflexões.

abraços