viernes, 21 de agosto de 2009

Reciprocidade do Reino

Atualmente se vive uma época em que o individuaismo predomina nos relacionamentos interpessoais. Pouco leva-se em consideração as necessidades do outro, o realmente importante é obter as coisas para sí em detrimento dos demais. Surprendentemente isto não é um tema da posmodernidade, necessáriamente, pois Jesus, dois mil anos atrás já falara e advirtira a respeito disto.
Na proclamação do sermão da montanha, que começa no capítulo 5 e vai até o último versículo do capitulo 7 do Evangelho de Mateus, Jesus fala primeiramente aos seus discipulos e logo a toda a multidão a respeito da praxis dos cidadãos do Reino. Entre os vários axiomas pronunciados por Jesus, o registrado no versiculo 12 possui uma beleza singular.
Para um judeo religioso nada era mais importante que cumprir a Lei e conhecer as palavras dos profetas. Os ouvintes de Jesus eram todos judeus, portanto sabiam quão importante era cumprir toda a Lei e conhecer as palavras dos profetas do reino de Israel. Mas Cristo expressa uma das verdades do Reino dos Céus: a lei da reciprocidade; o que quereis que os homens vos façam, fazei também a eles, porque esta é a Lei e os profetas. Eis aqui o rei sublime resumindo as premissas religiosas dos judeus!. A prática constante do judeu era julgar e condenar a quem não cumprisse a Lei ou não guardasse o sábado, mas YHWH se mostra como um Deus que se compadece dos seus filhos e que lhes outorga as coisas necessárias para viver. Se o Deus do universo dá boas dádivas aos seus filhos, da mesma maneira esses filhos devem dar na mesma medida o que lhes foi dado, tendo em mente que da mesma forma que foi tratado por Deus, deve tratar com os outros, e da mesma forma que ele deseja ser tratado deve tratar os seus semelhantes. Resume-se a Lei e os profetas no amor e na reciprocidade.
A relevancia das palavras de Jesus é tão grande e sua mensagem tão vigente que seria impossivel ignorá-la. Atualmente demanda-se mais do que é outorgado; espera-se benignidade quando expressa-se má vontade, deseja-se ser ouvido em dias que ninguém ouve, demanda-se amizade onde semeia-se traição. Isto não é reciprocidade!, nem sequer a lógica poderia apoiar o raciocinio e pratica moderna. Se obtém o que se dá, se planta o que se colhe. O reino é simples!. As palavras de Jesus vem de encontro à humanidade e confronta suas maiores fraquezas: o relacionamento com o outro. O mestre do cristianismo exorta que o homem deve dar aos outros absolutamente todo o que quer receber dos outros; que paradoxo sublime!. As palavras do mestre jamais serão amigas do mundo como sistema, pois elas vem a confrontar a natureza afastada de Deus e, ao mesmo tempo proclamam, assim como para os judeus de outrora, as máximas de um reino superior e magnifico, que em nada se encaixa com os modelos terrenos de reino nem com sua praxis individualista e indiferente. Quem quera cumprir a Lei e os profetas, deve fazer o que deseja seja feito com ele.

1 comentario:

Anónimo dijo...

Amado!! gostei muito deste comentario, entretanto vou refletir nessas palavras pois no do domingo estarei lecionando na escola biblica dominical farei um comentario a respeito ok abraços fica na paz!!
ass. marcilio goiania - go